Simples oração vocal
“ Oh, oração de cada
dia, pobre, comum, despretensiosa e solitária, como o dia mesmo!
Raras vezes saem de
ti altos pensamentos e afetos elevados. Não és sublime sinfonia em majestosas
catedrais, mas um canto misericordioso, que sai do coração necessitado,
executado com a maior vontade, mas sempre algo simples e monótono.
No entanto tu és a
oração da fidelidade e da confiante certeza; a oração do serviço desinteressado
e gratuito à Divina Majestade . Tu és a sagrada unção que dás luz e grandeza às
horas pálidas e aos momentos perdidos. Humilde, tu não desejas experimentar,
mas crer. O teu passo é muitas vezes cansado, porque caminhas. Pode parecer,
algumas vezes, que és expressão, fruto somente dos lábios.
Mas....não é melhor
que, pelo menos, os lábios bendigam Deus, do que esteja mudo todo homem? E...
não há mais esperança que encontre um eco no coração o que se manifesta pelos
lábios, do que todo homem permanecer mudo?
Em nossos tempos,
pobres de oração, o que chamamos geralmente “oração vocal”é, na realidade, a
maior parte das vezes, a oração de um coração pobre, mas fiel, que
laboriosamente, honradamente, por meio de sua debilidade, cansaço e
aborrecimento, abre uma pequena fresta e assim, através dela, penetra um tênue
raio de luz eterna, que cairá sobre nosso coração, sepultado, às vezes, na
rotina do cotidiano”
(Karl Rahner, texto
traduzido e modificado por Frei Pierino).
“ Não deixemos de
rezar. Comportemo-nos como o semeador. Chegará o tempo justo para a colheita”
(S. Agostinho)
“Que toda a palavra
nasça da ação e da meditação. Sem ação ou tendências à ação, ela será apenas
teoria que se juntará ao excesso de teorias, que está levando os jovens ao
desespero. Se ela é apenas ação, sem meditação, acabará no ativismo sem
fundamento, sem conteúdo, sem força. Prestes honra ao Verbo Eterno, servindo-te
da palavra, de forma a recriar o mundo” (Helder Câmara).
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